Ampliação para lar de idosos / Studiolada

Curadoria de Paula Pintos

Arquitetos: Studiolada
Área: 470 m²
Ano: 2018
Fotografias:Ludmilla Cerveny
Fabricantes: Carrieres de Savonnieres, Gerflor, Knauf, Sepalumic, Sylverwood

Descrição enviada pela equipe de projeto. Na região de Lorraine, mais precisamente em Meuse, em Vaucouleurs, os lares de idosos não são hospitais, e por isso envelhecer nessa cidade se tornou algo distante dos ambientes exageradamente sanitários e impessoais. Enquanto escritório de projeto, estávamos ansiosos por satisfazer as preferências de seus usuários, que se sentiam atraídos por materiais nobres, pela luz e pelas proporções, em síntese, pela arquitetura.

O edifício está situado numa encosta. A vista abre-se sobre várias camadas de paisagem, revelando o pequeno bosque esquecido e as suas árvores altas. Dentro do edifício, a grande sala é coberta com uma estrutura que se estende por toda a largura do edifício e se desdobra gradualmente em direção a uma janela saliente. No lado sul, um jardim aberto permite aos residentes aproveitar de ar fresco e sol.

Ampliação para lar de idosos / Studiolada - Imagem 4 de 40 — © Ludmilla Cerveny

A estrutura do edifício é de madeira revestida com pedra Savonnières. Cobrir uma estrutura de madeira flexível e em expansão com pedras rígidas não é uma prática comum, por isso tivemos de fazer um pedido ATEX para o sistema de montagem das placas de pedra (4 centímetros de espessura) em molduras de madeira com juntas flexíveis. Esta saída se aproxima às soluções que são tipicamente adotadas para o uso de vidros em projetos, também com molduras de madeira.

Maddalon produziu dois protótipos para nós. Organizamos três testes de resistência no CRITT Bois Epinal, testando a resistência mecânica a vários tipos de choque. Estes testes levaram à descoberta de algumas fraquezas na pedra de Savonnières, em certas configurações. Daí o uso de uma mistura: 75% Meuse; 25% Burgundy.

Foi realizado um estudo de "cadeia curta": entre os arquitetos (studiolada), a empresa de engenharia em madeira (Barthes Bois) e a construtora (Maddalon). Uma reunião preparatória e uma comissão final tiveram lugar no CSTB em Marne-la-Vallée. Foram necessárias páginas e páginas de cálculos, desenhos técnicos, folhas de dados e protocolos de implementação para responder a todas as perguntas: Qual é a expansão máxima da madeira, considerando todas as configurações? Umidade, UV, temperatura, etc.

Quantos milímetros devem ser deixados entre a pedra e a madeira? Que tipo de selo EPDM? Que garantias, que resistência? Que tipo de suporte de ferragens deve ser usado? Qual será a sua resistência à corrosão? Como irá reagir ao vento? Quão resistentes são as pedras aos choques, à flexão, ao cisalhamento? Que tipo de solicitações do público irá suportar? Como gerir os balaústres?

Como envelhecerão a pedra e a madeira, estruturalmente e esteticamente? Que protocolos para a escolha e entalhe das pedras e da madeira? Que Plano de Garantia de Qualidade para a implementação? Que tipo de manutenção? Como iremos substituir uma pedra danificada dentro de 15 anos? Qual será a sua impermeabilidade? Que tipo de impermeabilização? Que medidas de vigilância para os usuários?

O caminho a seguir é agora claro: agora sabemos como vestir os edifícios de madeira com placas minerais (pedras, concreto, cerâmica, terracota) a preços perfeitamente razoáveis: metade do preço dos sistemas de pedras agrafadas em suportes de concreto. Só precisamos adotar o sistema de fixação, tornando visível a estrutura de madeira.